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As doutrinas liberais
 
 
 
Entre as principais transformações do século XIX temos, no cenário político, o surgimento de vários movimentos e revoluções de fundo liberal-nacionalista. Eles modificaram o mapa da Europa, delineado no Congresso de Viena. Na economia, a Revolução Industrial provocou grandes modificações na estrutura e nas instituições da sociedade. Para justificar a nova ordem (capitalista e burguesa) que se estabelecia, ou para reformá-la, surgiram as doutrinas liberais e as teorias socialistas, respectivamente.
As Doutrinas Liberais O liberalismo, de origem iluminista com os fisiocratas franceses, se firmou e difundiu por toda a Europa no século XIX. Seus princípios básicos são as liberdades de religião, de imprensa, de opinião e de comércio (produção, associação, concorrência e circulação de mercadorias), igualdade perante a lei e propriedade privada.
 
 
 
Estas teorias foram formuladas por Adam Smith (1723-1790), criador da ciência da Economia Política. Em seu livro A Riqueza das Nações (1776), ele defendia que o valor de um produto deveria ser dado pela quantidade de trabalho gasto para produzi-lo.
Conclui que o trabalho é o gerador de riqueza. Para o crescimento da riqueza de uma nação é preciso aumentar a produtividade do trabalho. A livre concorrência forçaria o empresário a ampliar a produção e a desenvolver novas técnicas, que aumentam a qualidade do produto e diminuem os custos de produção. A lei da oferta e da procura regula o mercado, que não sofre interferência do Estado. A “mão invisível” existe para a conciliar os interesses individuais e levar ao bem-estar coletivo.A visão otimista de Smith frente ao futuro da economia foi contestada por outros teóricos como Thomas Malthus e David Ricardo.
   
   
  Adam Smith: Adam Smith criou a ciência da Economia Política e formulou as bases do liberalismo.  
 
 
 
Thomas Malthus (1766-1834)
afirmou, no livro Ensaio sobre o Princípio da População, que a população cresce em progressão geométrica e a produção de alimentos, em progressão aritmética. Como a natureza impõe limites ao progresso material, a humanidade vive condenada à fome, apesar de guerras e epidemias ajudarem no equilíbrio entre produção e população.
   
   
  Malthus: Pessimista, Thomas Malthus previa que a humanidade estava fadada ao fim breve.  
 
 
 
David Ricardo (1772-1823), no livro Princípios da Economia Política e Tributação, criou a teoria do valor do trabalho, fazendo uma distinção entre o custo do trabalho (salário) e o valor produzido pelo trabalho.
Analisou também a divisão da renda entre trabalhadores e capitalistas. Os assalariados estão sempre condenados à pobreza, pois o dinheiro mantém apenas sua subsistência. Os indivíduos teriam, em longo prazo, seus lucros diminuídos pelo crescimento da população. O solo se esgotaria e os alimentos encareceriam, provocando o aumento de salários.
O pessimismo de Malthus e Ricardo explica-se porque eles desconsideram o progresso técnico. Este progresso elevou a produtividade do solo, desenvolveu as novas forças produtivas e as novas relações de produção.
   
   
  Ricardo: David Ricardo criou a teoria do valor do trabalho.