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Os teóricos iluministas
 
 
 
John Locke (1632-1704) é considerado precursor do pensamento político iluminista. Em sua obra principal, Segundo Tratado do Governo Civil, ele aponta que os homens possuíam o direito à vida, à liberdade e à propriedade. Para preservar esses direitos, deixaram o “estado de natureza” (a vida mais primitiva da humanidade) e estabeleceram um contrato entre si, criando os governos. Por este contrato, os governantes recebiam a autoridade e deveriam respeitar os direitos naturais. Em caso contrário, a sociedade civil teria o direito de rebelião contra o governo tirânico. Dessa forma, o filósofo negava o direito dos governantes ao autoritarismo e à aplicação do direito divino. Com sua obra, ele definiu as bases da democracia liberal individualista, que serviria de referência para a elaboração da Constituição dos Estados Unidos de 1787.
   
   
  John Locke  
 
 
 
Charles Louis de Secondat, o barão de Montesquieu (1689-1755) publicou em 1721 as Cartas Persas. Ele satiriza as estruturas sociais européias e ironiza os costumes vigentes durante o reinado de Luís XIV. Aristocrata, também escreveu o revolucionário O Espírito das Leis, de 1748. Nesta obra, ele formula a teoria da separação dos três poderes.A autoridade governamental deveria estar dividida em três ramos: executivo, legislativo e judiciário. Estes três poderes deveriam ser independentes entre si para garantir a liberdade individual dos cidadãos.
   
   
  Montesquieu  
 
 
 
Voltaire (1698-1778), nascido François Marie Arouet, foi um grande propagandista do novo espírito. Crítico mordaz da religião e da monarquia, se exilou na Inglaterra, onde entrou em contato com as idéias de John Locke e Issac Newton. Apesar de seus ataques à Igreja e ao clero, era deísta, acreditava que Deus estava presente na natureza e no homem, sendo necessário apenas a razão para encontrá-lo. Desprezava as superstições, pregava a tolerância religiosa e defendia a propriedade privada, as liberdades de pensamento e de expressão. Politicamente, achava que cada país deveria adotar um tipo de governo. Os mais atrasados com o absolutismo esclarecido e os evoluídos, como a França, instaurariam um governo liberal e burguês.
   
   
  Voltaire  
 
 
 
Jaen Jacques Rousseau (1712-1778), ao contrário dos outros filósofos, criticava a propriedade privada, a burguesia e o racionalismo exacerbado do pensamento iluminista, se aproximando dos anseios das camadas populares. No Discurso sobre a Origem e Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, ele atribuiu à propriedade privada a origem da infelicidade humana; ela teria acabado com a igualdade, permitindo o aparecimento de dominadores e dominados. Valorizava a vontade coletiva e o poder dado pela soberania popular. Sua teoria da “vontade geral” foi defendida na obra O Contrato Social, onde propunha uma sociedade baseada na justiça, igualdade e soberania do povo. Essa obra teve grande influência sobre revolucionários franceses de 1789, como Robespierre.
   
   
  Jean Jacques Rousseau  
 
 
 
OS FISIOCRATAS
Toda estrutura política e social do absolutismo foi violentamente atacada pelo iluminismo. O mercantilismo, política econômica da época, foi condenada e outras teorias foram propostas para a nova realidade capitalista. Os primeiros contestadores do mercantilismo foram os fisiocratas, que defendiam a liberdade de mercado. Eram contra a regulamentação da economia pelo Estado. A economia era regida por leis naturais que deveriam agir livremente. A intervenção do Estado só se justificaria se fosse para garantir seu livre curso. Para os fisiocratas, a riqueza viria da natureza, da agricultura, da mineração e da pecuária. A indústria e o comércio apenas transformavam ou faziam circular a riqueza natural. Seus maiores representantes foram Quesnay (1694-1774), que iniciou sua carreira como médico na corte de Luís XV, onde tomou os primeiros contatos com a vida econômica, Turgot (1727-1781) e Gournay (1712-1759), que defendia a abolição das regulamentações e corporações, resumidas no lema Laissez faire, laissez passer (deixe fazer, deixe passar).
 
 
 
Adam Smith (1723-1790) procurou sistematizar a análise econômica com a demonstração e elaboração de leis, fundando assim a economia como ciência. Ao contrário dos fisiocratas, considerava o trabalho, e não a agricultura, a fonte de toda a riqueza. Suas idéias contidas na obra A Riqueza das Nações deram origem a uma nova doutrina, o liberalismo.
   
   
  Adam Smith