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Introdução
 
 
 
O alegre do dia entristecido;
O silêncio da noite perturbado;
O resplendor do Sol todo eclipsado;
E o luzente da Lua desmentido:
Rompa todo o Criado em um gemido:
Que é de ti, Mundo? Adonde tens parado?
Se tudo neste instante está acabado,
Tanto importa o não ser, como o haver sido!
Soa a Trombeta da maior Altura,
A que a Vivos e Mortos traz aviso,
Da desventura de uns, doutros ventura.
Acaba o Mundo, porque é já preciso:
Erga-se o Morto, deixe a Sepultura;
Porque é chegado o Dia do Juízo!
Gregório de Matos
  Em 1580, D. Sebastião, jovem rei de Portugal, desapareceu durante a batalha de Alcácer-Quibir e Portugal passou para o domínio espanhol. Contudo, o povo português acreditava ainda que o rei pudesse estar vivo. Instituiu-se assim o mito de que ele voltaria para dar fim à dominação espanhola. D. Sebastião nunca retornou, mas o mito persiste até hoje.  
 
 
 
Leia com cuidado o poema. Do que ele trata? Quais os sentimentos do eu-lírico com relação ao dia do juízo final?
Após ler a primeira estrofe já percebemos que o poema apresenta sentimentos contraditórios. Para uns o dia do juízo trará ventura para outros desventura. O que se evidencia é o conflito do homem do setecentos dividido entre a religião e os novos valores.
 
 
 
As principais características do século XVII são os conflitos. Para alguns estudiosos, é do conflito entre Antropocentrismo e Teocentrismo que nasce o Barroco. A crise ideológica dessa época repercutiu também nas artes. O homem dividia-se entre razão e fé, novos e velhos valores, o que gerou uma arte repleta de contradições e dualismos. Nas artes, Caravaggio (1573-1610) é um dos principais expoentes da pintura.
  Fatos históricos importantes:
  • A reforma Luterana

  • O movimento da Contra-Reforma

  • O Concílio de Trento (1545 1563)

  • Domínio Espanhol (1580 1640)