Este poema de Camões foi escrito em medida velha, segue a estrutura medieval da poesia palaciana. Podem ser redondilhas maiores (sete sílabas poéticas) ou redondilhas menores (cinco sílabas poéticas). Apresentam um mote (estrofe de abertura, idéia central do texto) e glosas (estrofes que desenvolvem a idéia central). Os temas mais freqüentes são sofrimento amoroso, confidência e solidão, também de tradição medieval. No poema, vê-se que o campo é o lugar de refúgio do eu-lírico, a natureza é sua confidente, sua companheira é a solidão. É nesses campos que o eu-lírico relembra seus bons momentos. |
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Cantiga A este mote alheio: Verdes são os campos de cor do limão: assim são os olhos do meu coração. Voltas Campo, que te estendes com verdura bela; ovelhas, que nela vosso pasto tendes; d’ervas vos mantendes que traz o Verão, e eu das lembranças do meu coração. Gado, que paceis, com contentamento vosso mantimento não o entendeis: isso que comeis não são ervas, não: são graças dos olhos do meu coração. |
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