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A carta de Pedro Vaz de Caminha.
 
 
 
Durante o período das grandes navegações era imprescindível a narração dos acontecimentos e descobertas para o patrocinador das viagens - o Rei. Ele deveria ser informado de todos os fatos. Havia sempre a bordo um escrivão, chamado cronista, responsável pela transmissão destes fatos. A carta de Pero Vaz de Caminha está neste contexto de crônicas de viagens, muitas vezes diários de bordo, que revelavam as terras descobertas: os habitantes, a flora, a fauna e, também, as riquezas.Abaixo podemos ler um momento da carta onde observamos as intenções portuguesas frente a suas descobertas. “...Quando fizemos vela, estariam já na praia, assentados perto do rio, mais ou menos sessenta ou setenta homens que se haviam juntado ali pouco a pouco ... Afonso Lopez levou os dois mancebos até o Capitão, em cuja nau foram recebidos com muitos agrados e festa ...Todavia, um deles fixou o olhar no colar do Capitão e começou a acenar para a terra e logo em seguida para o colar, como querendo dizer que ali havia ouro. Fixou igualmente um castiçal de prata e da mesma maneira acenava para aterra e logo em seguida para o colar, como querendo dizer que lá também houvesse prata .... Um deles viu umas contas de rosário, brancas: mostrou que as queria, pegou-as, folgou muito com elas e colocou-as no pescoço. Depois tirou-as e com elas envolveu os braços e acenava para a terra e logo para as contas e para o colar do Capitão, como querendo dizer que dariam ouro por aquilo. Nós assim o traduzíamos porque esse era o nosso maior desejo....”
CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre, L&PM, 1996.