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A França pré-revolucionária
 
 
 
A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII estava dividida em três ordens ou estamentos:
  • Clero- constituía o primeiro estado e estava dividido em alto clero (bispos e abades com nível de nobreza) e baixo clero (padres e vigários de baixa condição)
  • Nobreza- era o segundo estado, dividida em nobreza de sangue (nobres de origem feudal) e nobreza de toga (burgueses que compraram os cargos e títulos)
  • Terceiro estado- heterogêneo, tinha cerca de 97% da população francesa, era formado por burgueses (banqueiros, profissionais liberais, funcionários públicos e comerciantes) e camadas populares (artesãos, operários, sans-culottes, camponeses e servos).
 
 
 
O primeiro e segundo estados estavam isentos de impostos, que recaíam, em massa, sobre o terceiro estado. Às vésperas da revolução, os camponeses pagavam cerca de 80% de suas rendas em impostos. Os outros dois estados, além de não pagarem tributos, ainda viviam à custa do dinheiro público.Com isso, o terceiro estado passou a reivindicar o fim de privilégios e a igualdade civil.O desenvolvimento econômico da burguesia encontrava empecilhos nos regulamentos, proibições e taxações ditados pelo Estado absoluto. Os burgueses viam a necessidade de eliminar as práticas mercantilistas e promover o livre desenvolvimento da economia, como pregavam os fisiocratas e teóricos liberais. Além disso, a rica e progressiva burguesia passou a desejar o poder político, monopolizado pela nobreza.
A população da França era a maior da Europa e não podia ser alimentada adequadamente. A produção agrícola era insuficiente devido aos entraves feudais à produtividade. Nos anos 1780, as condições climáticas (secas e inundações) prejudicaram a agricultura, elevando os preços de produtos essenciais e espalhando a miséria e a fome no território francês.
   
   
  A imagem representa a opressão do terceiro estado pela nobreza e pelo clero.  
 
 
 
O país atravessava uma crise financeira, agravada por constantes guerras como a dos Sete Anos (1756-1763)e a participação na Independência dos Estados Unidos (1776-1781).
A crise interna se aprofundou quando um acordo, de 1786, abriu o comércio francês aos produtos industrializados ingleses, vendidos a preços baixos, levando à falência várias indústrias locais. Com o comércio arruinado houve aumento de desemprego e redução de salário. Os filósofos iluministas denunciavam os problemas sociais e faziam forte crítica ao Estado Absoluto. Suas idéias eram difundidas na sociedade principalmente nos salões de leitura. Enquanto isso, a burguesia procurava conscientizar a população para obter o seu apoio. A aristocracia não abriu mão de seus privilégios, levando ao estopim da revolução.