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Em 395, Teodósio dividiu o império em duas partes. O Império Romano do Ocidente, com capital em Milão, foi entregue a seu filho Honório, e a parte oriental, o Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla, ficou com seu filho Arcádio. Enquanto a porção ocidental do império sofria um processo de ruralização, que deu origem ao feudalismo, a porção oriental permaneceu urbana, com o poder centralizado na figura do imperador.
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O Império Romano do Oriente, ou Império Bizantino, atingiu seu máximo esplendor no governo de Justiniano (527-565) e só terminou em 1453, com a tomada da cidade de Constantinopla pelos turcos.Constantinopla (atual Istambul) possuía uma localização estratégica. Situada em um ponto de ligação entre Oriente e Ocidente, a cidade desenvolveu um ativo comércio com as cidades vizinhas, obtendo, assim, recursos para resistir às invasões bárbaras. Além disso, ela possuía uma produção agrícola promissora, desenvolvida em grandes extensões de terra, com a utilização de trabalho de colonos e de escravos. A cidade possuía uma população bastante heterogênea, composta por gregos ou habitantes helenizados, em sua maioria, e por um grande número de imigrantes estrangeiros. Duas coisas, porém, uniam a população bizantina: a língua grega e a religião cristã.A estrutura política da cidade de Constantinopla se caracterizava pelo poder ilimitado, sobre todos os setores da vida nacional, do imperador, que era considerado o representante de Deus. Ele detinha os poderes temporal (terreno) e espiritual: a Igreja estava subordinada ao Estado. Essa supremacia do imperador sobre a Igreja foi chamada cesaropapismo.O cristianismo, no Império Oriental, fundiu-se aos valores locais e adquiriu características próprias, como por exemplo o desprezo por elementos materiais (o culto à imagem) e a exaltação da espiritualidade. Em conseqüência disso, surgiram correntes doutrinárias discordantes da interpretação tradicional da Igreja: as heresias, como o monofisismo e a iconoclastia. As divergências entre o cristianismo ocidental e o cristianismo oriental se aprofundaram cada vez mais e acabaram levando ao rompimento entre a Igreja Bizantina e a Igreja de Roma. Esse rompimento, denominado Cisma do Oriente, ocorreu em 1.054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Cerulário, proclamou a autonomia da Igreja Oriental, acusando o papado de distanciar-se das pregações originais de Cristo e dos apóstolos. Com o Cisma, surgiram a Igreja Ortodoxa Grega, subordinada ao patriarcado de Constantinopla, e a Igreja Católica Apostólica Romana, dirigida pelo papa.
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