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A questão agrária
 
 
 
Os problemas das cidades têm raízes nos do campo
 
 
 
De um lado, a utilização da terra no Brasil como circunstância econômica, social e política em benefício a uma reduzida minoria, de outro, e por esta circunstância, constitui num obstáculo à subsistência da maioria da população e ao desenvolvimento econômico e cultural no Brasil. O benefício de uma minoria condenam milhões de seres humanos a uma existência miserável, sem perspectivas, e com ínfimos padrões materiais e, conseqüentemente, culturais.
 
 
 
Recenseamentos não refletem o alto grau de concentração da propriedade fundiária.
Embora o alto grau de concentração da propriedade agrária seja patente em nosso país, os dados dos recenseamentos realizados no país não refletem verdadeiramente tal desigualdade na estrutura e distribuição da propriedade fundiária, sendo realizada com base no número de estabelecimentos‘ e não no de ‘proprietários”, não leva em conta que os ‘proprietários’ podem contar com mais de um estabelecimento, e esta, portanto, com mais de uma propriedade. A propriedade rural brasileira se apresenta extremamente concentrada e não se trata de uma concentração relativa e aparente, a concentração da propriedade é efetiva e real. Segundo dados recentes, embora tenha aumentado o número de assentamentos para os sem terras, nas últimas duas décadas – respectivamente 80 e 90 – a concentração fundiária aparece nas estatísticas como um fenômeno em crescimento no país. Segundo dados do IBGE, os estabelecimentos com mais de 1000 hectares, que ocupavam 39,5% da área agrícola em 1970, passaram a ocupar 45% em 1996.
 
 
 
- o potencial mão-de-obra de baixo custo no Brasil tem origem no campo.
A grande propriedade ocupa as terras mais favoráveis, tanto pelas qualidades naturais como pela localização. Ao lado desta grande propriedade, uma parte da população rural não dispõe de terras suficientes para se manter em nível adequado, e outra, e a maior parte, dos trabalhadores rurais, comumente chamados de sem terras, além de não disporem de terras próprias, se vêem impossibilitados de alternativas de acesso a terra, sendo levado a proletarizar-se para a subsistência. Pende-se portanto, a balança da ‘oferta’ e ‘procura’ de mão-de-obra a favor da ‘procura’, esta, impõe a seu modo suas condições nas relações de trabalho, tanto em baixos salários como em precárias condições de trabalho. Este potencial mão-de-obra de baixo custo no campo vai influir também no mercado de trabalho das atividades urbanas e industriais, sem que nenhuma eficiente e bem aplicada legislação trabalhista possa contrabalançar os efeitos de tal situação
   
   
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