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Darwin e a Evolução por seleção natural
 
 
 
Charles Darwin nasceu em 1809 (mesmo ano em que Lamarck publicou suas teorias) no interior da Inglaterra. Estudou em boas escolas durante sua juventude, mas nada nele prenunciava um maior interesse pela vida de cientista, o que foi evidenciado pela tentativa de sua família de torná-lo um pastor da igreja anglicana. Em 1831, surgiu a oportunidade de embarcar no navio inglês "Beagle", iniciando uma viagem de cinco anos ao redor do mundo para exploração científica de terras distantes.
 
 
 
No início da viagem, Darwin estava interessado principalmente na geologia das terras a serem visitadas. Levava consigo algumas das obras mais recentes nesta área. A leitura destes trabalhos certamente influenciou Darwin a propor que a evolução também se dá de forma lenta e constante, e não por meio de eventos catastróficos como defendiam alguns cientistas da época.
   
   
   
 
 
 
Durante a viagem, que começou com várias paradas ao longo da costa brasileira, o interesse de Darwin foi passando da geologia para a biologia. Por esta razão, ele coletou uma enorme variedade de espécies da flora e da fauna dos locais que visitou. Algumas destas amostras ainda estão em exposição nos museus ingleses.
   
   
   
 
 
 
Em 1838, cerca de dois anos após retornar de sua viagem, Darwin tomou contato com a obra de Thomas Malthus. Neste trabalho, Malthus chamava a atenção para o fato de que as populações naturais não podem crescer indefinidamente, sob pena de esgotar os recursos de seu ambiente. Sendo assim, as populações são mantidas num tamanho constante por meio da mortalidade dos indivíduos. Darwin percebeu que esta mortalidade deveria atingir mais duramente os indivíduos menos capazes ou aptos, deixando os mais aptos sobreviverem e passarem adiante as características que os faziam mais capazes. É importante notar que a capacidade de adaptação depende do ambiente no qual as diferentes espécies vivem. Esta foi a gênese da teoria sobre a seleção natural, que é explicada no exemplo abaixo:
   
   
   
 
 
 
Veja que, quando o ambiente se modifica, a variação se torna fundamental para a sobrevivência da espécie. Se não existir variação na população original, esta tende à extinção. Darwin, ao contrário de Lamarck, não postulou a existência de nenhuma força que induzia os indivíduos a melhorarem constantemente, e sim que a melhora ocorria após várias gerações sendo selecionadas. Ele foi o primeiro biólogo a reconhecer a importância das diferenças entre os indivíduos, que os biólogos chamam de variabilidade. Darwin levou 20 anos para coletar informações que comprovassem sua teoria. Mesmo assim, ele só decidiu publicá-la depois de receber uma carta do naturalista inglês Alfred Russel Wallace, que tinha chegado a conclusões semelhantes às suas. Em 1 de julho de 1858, Darwin finalmente apresentou suas conclusões, junto com as de Wallace, numa reunião científica em Londres sem contudo, causar muito impacto. Um ano depois, Darwin publicou "A Origem das Espécies por seleção natural". A primeira edição deste livro se esgotou em um dia e deu início a uma polêmica que ainda hoje não foi inteiramente resolvida, principalmente com a Igreja que considera o homem descendente de Adão e Eva, pensamento chamado de criacionismo.