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Em 1098, o matemático inglês G. H. Hardy e o médico alemão W. Weiberg se perguntaram o que aconteceria com as freqüências dos genes de uma população com o passar das gerações. Eles demonstraram matematicamente que, se a população em questão respeitasse certas condições, então as freqüências gênicas e genotípicas da população não se alterariam, ou seja, esta população não passaria por nenhum tipo de evolução. As condições necessárias para que isto aconteça são: - a população não pode estar recebendo ou enviando migrantes,
- a população não pode estar sobre efeito de seleção natural,
- não podem ocorrer mutações nesta população,
- a população precisa ter um tamanho infinito,
- os acasalamentos ocorrem ao acaso.
Esta demonstração ficou conhecida como teorema de Hardy-Weiberg. Observe, porém, que praticamente nenhuma população natural pode realmente obedecer às condições deste teorema. A penúltima delas em particular (tamanho infinito de população) é virtualmente impossível de ser cumprida. Sendo assim, por quê o teorema de Hardy-Weiberg se tornou a base da genética evolutiva?
A resposta a esta pergunta é muito simples. Se o teorema prediz que as freqüências gênicas das populações só permanecerão estáveis nas condições listadas acima, é evidente que, quando qualquer uma delas não for cumprida, as freqüências gênicas da população se modificarão. Como a evolução é justamente a mudança nas freqüências gênicas das populações, podemos concluir que as populações evoluem quando: - existe migração entre duas ou mais populações;
- existe seleção natural ocorrendo na população;
- ocorrem mutações nos indivíduos da população;
- a população tem um tamanho finito.
Como já foi dito acima, praticamente todas as populações estarão sob o efeito de pelo menos um destes fatores, mesmo que seja em pequena escala. Portando, o teorema de Hardy-Weiberg não nos diz apenas quais são as forças capazes de promover a evolução de uma população, mas nos lembra, também, que a evolução é um fato comum nas populações naturais durante praticamente todo o tempo.
Nos links acima você encontrará mais informações sobre cada um dos mecanismos evolutivos. Lembre-se que nenhum deles pode ser considerado mais importante que os outros (nem mesmo a seleção natural!). Até hoje, quando um biólogo estuda uma população natural de uma certa espécie, ele ainda encontra muita dificuldade para saber realmente que forças evolutivas foram as responsáveis por determinar as características daquela população. Se você observou com atenção cada um dos mecanismos evolutivos, percebeu que eles atuam provocando mudanças dentro e entre populações de uma mesma espécie. Então como é possível que durante a evolução surjam novas espécies? Para entender o fenômeno da especiação você deve olhar a próxima página, onde descobrirá que uma espécie não é apenas um conjunto de indivíduos iguais. Até porque a variabilidade genética é parte integrante de qualquer população natural.
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