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As enzimas digestivas
 
 
 
As enzimas digestivas são hidrolases, ou seja, enzimas que quebram as ligações das macromoléculas orgânicas adicionando moléculas de água a estas ligações. As enzimas digestivas são produzidas por glândulas sem dutos (glândulas exócrinas), presentes no epitélio do estômago e do intestino delgado; e pelas glândulas salivares e do pâncreas, que se conectam ao trato digestivo através de seus dutos (glândulas endócrinas). Além disso, todo o sistema digestivo é revestido por um epitélio formado, entre outras coisas, por milhões de glândulas produtoras de muco, que lubrificam a comida e impedem que ela provoque injúrias por fricção.
Glândulas salivares: todos os dias, três pares de glândulas salivares descarregam cerca de um litro e meio de saliva através de seus dutos. A saliva é formada principalmente de muco, um importante agente lubrificante. Sem a saliva seria muito difícil engolir os alimentos durante as refeições, mesmo que elas fossem acompanhadas de grande quantidade de água. Além disso, a saliva contém a enzima amilase, que hidrolisa as ligações das moléculas de amido, que são polímeros de glicose.
Enzimas do estômago: Quando o estômago contém comida, algumas células de seu epitélio secretam íons hidrogênio (H+), e outras secretam íons cloro (Cl-). A combinação destes íons produz o ácido clorídrico (HCl) que deixa o pH do estômago em torno de 2,0 quando os alimentos estão sendo digeridos dentro dele.
Outra substância secretada pelo estômago é a pepsina (uma protease), que hidrolisa as ligações peptídicas das proteínas. Somente os vertebrados secretam pepsina, que é uma enzima que só funciona em pHs muito baixos (ácidos). Uma das funções mais importantes da pepsina é a digestão de colágeno, o principal constituinte dos tecidos fibrosos da carne, que é solúvel no baixo pH do estômago.
Você deve estar se perguntando por quê o estômago não se auto-digere, já que é especializado em digerir carne. Ele se protege através da secreção de uma substância que cria uma camada de muco que reveste sua parede. Além disso, a vida de uma célula estomacal é bastante curta, cerca de 500 mil células estomacais morrem por minuto e todas as células que revestem o estômago são substituídas a cada três dias! As úlceras são causadas pela bactéria Helicobacter pylori, que forma colônias quando o estômago não secreta muco suficiente para revestir seu epitélio.
   
   
   
 
 
 
Enzimas do pâncreas: a maioria das enzimas digestivas é produzida no pâncreas e é secretada no duodeno, numa região bem próxima ao estômago. Ao contrário das enzimas do estômago, as enzimas pancreáticas funcionam melhor num pH levemente básico. Com isso, a primeira função do pâncreas é liberar uma solução concentrada de bicarbonato de sódio, que neutraliza a solução proveniente do estômago. O Pâncreas também produz enzimas que digerem os três tipos de macronutrientes.
  Além das funções que desempenha no sistema digestivo, o pâncreas também atua produzindo os hormônios insulina e glucagon.  
 
 
 
O pâncreas produz proteases em forma inativa, que só são ativadas quando chegam ao intestino, onde o precursor inativo, o tripsinogênio se converte na forma ativa tripsina pela ação da enteropeptidase, uma enzima secretada pelo intestino.
 
 
 
Enzimas do intestino delgado: Algumas das enzimas produzidas pelo intestino delgado permanecem dentro das células epiteliais, onde digerem pequenas moléculas absorvidas pelo lúmen [ ALT cavidade] do intestino. Outras são parte integrante do epitélio. Assim como as células do estômago, as células do intestino são protegidas da digestão por um muco, mesmo assim estas células duram em média apenas dois ou três dias. As enzimas intestinais digerem principalmente moléculas pequenas, a maioria delas produzidas pelo estômago e pelas enzimas do pâncreas quando da digestão de moléculas maiores.
  A secreção das enzimas ao longo do sistema digestivo não é aleatória, ela está sujeita ao controle do sistema nervoso central e de alguns hormônios. Veja como isto funciona.