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Introdução
 
 
 
O que achou dos versos de Tomás Antônio Gonzaga? Após tê-los lido você deve estar acreditando que o poeta era um camponês, um agricultor que morava numa cabana, produzia verduras e legumes e pastoreava suas ovelhinhas, não é?
Sinto muito, mais não era nada disso. Os poetas árcades, como Gonzaga, praticavam o que chamamos de poesia bucólica. Eles inspiravam-se no Renascimento e na cultura clássica. Seus poemas falam da vida campestre, do pastoreio e da natureza. É comum aparecerem referências aos mitos e deuses greco-romanos.
  Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela
Tomás Antônio Gonzaga
 
 
 
 


Na Itália, a academia literária Arcádia, de 1690, reunia escritores que queriam combater o barroquismo usando a poesia neoclássica. Reunidos em parques e jardins, tinham roupas de pastores e pseudônimo de pastor grego.
Os poetas árcades brasileiros também adotaram nomes de pastores. Gonzaga é Dirceu e seus versos são dirigidos para a bela Marília.
Vejamos abaixo a letra de uma música muito conhecida que também fala de amor e do campo:
  Na rua, na chuva ou na fazenda (Kid Abelha)

Não estou disposto
A esquecer seu rosto
De vez
E acho que é tão normal
Dizem que sou louco
Por eu ter um gosto
Assim
Gostar de quem não gosta de mim
Jogue suas mãos para o céu
E agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda
Ou numa casinha de sapê
 
 
 
 
Encontrar alguém que esteja sempre com você em qualquer situação, é o ideal pregado nessa música. Mesmo que seja na chuva ou num casebre de sapê, quem ama se sujeita a estar sempre com a pessoa amada, não importam as dificuldades.