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A Questão de Christie
 
 
 
As relações entre Brasil e Inglaterra estavam desgastadas há algum tempo devido as constantes exigências inglesas pelo fim do tráfico negreiro, o Bill Aberdeen; o comércio brasileiro com outros países e a tarifa Alves Branco.
 
 
 
A tensão aumentou em 1861, quando um navio inglês, naufragado no litoral do Rio Grande do Sul, teve sua carga saqueada. A carga ia para o Uruguai e o governo inglês exigiu do Brasil uma indenização de 3.200 libras esterlinas. Antes de solucionarem esse problema, outro incidente levou a um novo conflito.
Marinheiros ingleses foram presos no Rio de Janeiro sob acusação de embriaguez e desordem. Foram liberados depois da descoberta de que eram oficiais ingleses, mas embaixador William D. Christie exigiu o pagamento imediato dos produtos roubados do navio naufragado e a demissão dos policiais que haviam prendido os ingleses, além de um pedido oficial de desculpas do governo brasileiro.
   
   
  Quadro do porto do Rio de Janeiro - 1860  
 
 
 
O Brasil não cumpriu as exigências inglesas e Christie resolveu contra-atacar aprisionando navios brasileiros no Rio de Janeiro. D. Pedro II pediu ajuda ao governo da Bélgica e seu rei, Leopoldo I, arbitrou a questão, dando ganho de causa ao Brasil.
Mesmo após o pagamento brasileiro da carga roubada no sul, os ingleses se recusaram a pedir desculpas pelas ações de Christie, o que levou ao rompimento das relações diplomáticas entre os dois países. Somente em 1865, quando foram apresentadas desculpas oficiais, as relações entre Brasil e Inglaterra foram reatadas.