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Introdução - I
 
 
 
Temos analisado vários fenômenos que ocorrem com a luz, como a reflexão, reflexão total, refração, dispersão, estudando inclusive as imagens que a luz forma de objetos através de lentes que existem nos nossos próprios olhos, permitindo que nós enxerguemos os objetos e o mundo que nos cerca, bem como diversos efeitos provocados pela luz:
   
   
   
 
 
 
 
Mas o que é a luz? Estudamos seus efeitos, suas propriedades e características de propagação em diversos meios, sabendo que ela se move em linha reta, que é transmitida pelos meios transparentes, por exemplo, mas o que realmente ela é? Para responder esta pergunta temos que analisar todos os fenômenos que ocorrem com a luz, elaborando uma teoria que seja capaz de explicar todos estes fenômenos, em completo acordo com o que se observa nas experiências realizadas com a luz.
 
 
 
Quando nos perguntamos sobre o que é a luz, estamos na verdade investigando qual é a sua natureza.
 
 
 
A partir da segunda metade do século XVII, a questão sobre a natureza da luz levou ao surgimento de uma longa controvérsia que durou quase dois séculos. Duas teorias rivais se confrontavam: a teoria corpuscular e a teoria ondulatória. Vamos examinar quais eram as reivendicações de cada uma delas:
Teoria Corpuscular: para esta teoria a luz consistia em um fluxo de partículas microscópicas, os chamados corpúsculos, que eram emitidos em ritmo contínuo pelas fontes luminosas, como o Sol, uma lâmpada ou uma vela acesa. Tais corpúsculos se moviam em linha reta, tendo a capacidade de penetrar nos materiais transparentes, saltando como pequeníssimas bolas ao chocar-se contra materiais opacos, sendo que, ao penetrarem nos nossos olhos, estimulavam nosso sentido de visão.
Teoria Ondulatória: esta teoria sustentava, ao contrário da Teoria Corpuscular, que a luz é uma onda, sendo assim apenas uma transferência de energia, não de matéria, como os corpúsculos da Teoria Corpuscular. Sendo uma onda, a luz apresentava propriedades semelhantes às das ondas elásticas que se propagam na água ou nas ondas de som.
As duas teorias foram testadas quanto à explicação dos mais diversos fenômenos luminosos, tais como propagação retilínea, reflexão, refração e dispersão da luz.
 
 
 
As duas teorias pareciam explicar igualmente bem todos estes fenômenos, porém havia um ponto de discordância entre elas: a Teoria Corpuscular afirmava que a luz se moveria mais rápido num meio mais denso do que num meio menos denso, sendo que a Teoria Ondulatória sustentava o contrário.
 
 
 
Para decidir qual destas teorias era falsa, mediu-se a velocidade da luz no vácuo e em alguns meios materiais. As experiências realizadas pelo físico francês Armand Fizeau mostraram com clareza que a luz se propagava tanto mais lentamente quanto mais denso era o meio, ou seja, num meio que tem índice de refração com relação ao vácuo, a velocidade da luz é:
  No vidro, a velocidade da luz é cerca de dois terços da que ela apresenta no vácuo.  
 
 
 
onde c é a velocidade da luz no vácuo.
 
 
 
Este resultado contribuiu para confirmar a Teoria Ondulatória da luz, sendo que mais tarde vieram novas confirmações com o estudo aprofundado dos fenômenos da difração e interferência.
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