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Os organismos interferem no seu ambiente
 
 
 
Engana-se quem pensa que os organismos vivos não têm o poder de modificar as condições abióticas de seu ambiente. Muitos organismos vivos são capazes disso. Veja alguns exemplos:
 
 
 
Numa cultura de larvas da espécie Tenebrio molitor, os indivíduos tendem a agrupar-se em amontoados, nos quais, mesmo quando a temperatura ambiente é baixa, reina uma temperatura próxima daquela que favorece o seu desenvolvimento. Para uma temperatura do ar em redor de 17 ºC, a temperatura dos aglomerados chega a 27 ºC. Um estudo com abelhas mostrou que, quando a temperatura ambiente baixa a 13 ºC, as abelhas se agitam na colméia e fazem a temperatura subir até cerca de 25 a 30 ºC. O clima da colméia é assim muito mais estável que do ambiente externo. Com a umidade relativa acontece o mesmo: a 0,5 mm de uma folha, a umidade relativa do ar é de 93%, sendo de apenas 52% a 16 mm de sua superfície. Ou seja, as folhas conseguem controlar a umidade relativa do ar no ambiente mais próximo de suas células, diminuindo o perigo da dessecação. A eliminação total da vida em um determinado local acarreta também modificações climáticas. No Tennessee (EUA), uma floresta luxuriante foi eliminada pela fumaça tóxica que saía das usinas que tratavam o minério de cobre, dando lugar a um deserto. Nessas áreas nuas, a temperatura é mais elevada e as precipitações são menores do que nas florestas vizinhas.
   
   
   
 
 
 
Analisando esses exemplos, podemos concluir que, muitas vezes, a separação entre fatores bióticos e abióticos é um tanto artificial, já que em algumas situações é difícil estabelecer os limites entre eles.