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Desenvolvimento do comportamento
O comportamento de um animal, assim como sua anatomia e fisiologia, se forma durante o seu desenvolvimento, através da interação entre seus genes e o ambiente. Durante o desenvolvimento, há alguns períodos críticos nos quais uma determinada influência do ambiente deve ser apresentada para que um determinado padrão de comportamento apareça. Um exemplo disso é o “imprinting” em animais jovens. Os gansinhos aprendem a seguir sua mãe e a responder aos sinais dela durante um período crítico, logo depois que saem dos ovos. Isto é altamente adaptativo, já que o jovem ganso aprenderá tudo o que precisa saber para a vida adulta com sua mãe, que além disso o protegerá e o alimentará até que possa sobreviver sozinho. Um importante pesquisador chamado Konrad Lorenz relatou que jovens aves começavam a segui-lo, ao invés de seguir as próprias mães, caso o vissem antes de ver a mãe durante o período crítico. Alguns animais aprendem quem serão seus futuros parceiros para acasalamento num processo parecido: seus futuros parceiros devem ser parecidos com seus pais, ou seja, em certas espécies, eles devem ser parecidos com “aquilo que o filhote viu logo que emergiu do ovo”. Durante sua pesquisa, Lorenz estudou um pássaro que infelizmente teve seu imprinting sexual no pesquisador, antes que ele entendesse como este processo funcionava. O inconveniente disso eram os pequenos vermes regurgitados em sua orelha durante a corte (o macho desta espécie oferece comida à fêmea antes de iniciar o acasalamento). O “imprinting” é apenas um exemplo de como o comportamento dos animais é definido durante seu desenvolvimento. O canto de algumas espécies de aves varia segundo a região que a população se encontra, já que novas estrofes são adicionadas às estrofes inatas. Se uma ave destas emergir em cativeiro e isolada de sua espécie, ela cantará apenas as estrofes inatas da espécie, e, passado o período crítico, se ela for reintroduzida na natureza, jamais aprenderá as estrofes adicionais.
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