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Ruminantes
 
 
 
A Digestão nos Ruminantes
A digestão pelas bactérias simbiontes alcançou a maior complexidade possível nos ruminantes. Nestes mamíferos, partes do esôfago e do estômago formam um grande saco, o rúmen, que contém microorganismos num fluido alcalino.
Um ruminante do tamanho de uma cabra secreta mais de 10 litros de saliva por dia. Isto mantém o pH em torno de 8,5 nas primeiras 3 das 4 câmaras digestivas. Após ser engolido, o alimento se dirige ao rúmen, onde é fermentado pelas bactérias simbiontes e protozoários. Estes microorganismos se alimentam dos carboidratos presentes na comida e os ácidos graxos produzidos durante a fermentação são absorvidos no próprio rúmen.
O que não foi absorvido retorna à boca, onde é novamente mastigado e se dirige para o barrete, onde o alimento continua sendo digerido tanto pelos microorganismos quanto de forma mecânica. Depois disso, ele passa para as outras duas câmaras digestivas, que correspondem ao estômago dos outros mamíferos. Aqui, ácidos e enzimas digestivos são liberados e os ruminates capturam a maioria dos nutrientes que os simbiontes usaram pela digestão dos próprios microorganismos!
Há várias vantagens em manter organismos endossimbiontes. Alguns deles produzem aminoácidos, utilizando uréia e amônia, o que não pode ser feito pelas enzimas animais, portanto, eles são de grande valor em dietas pobres em proteínas. Além disso, eles sintetizam diversas vitaminas que podem ser úteis para o hospedeiro.
Herbívoros como os macacos babuínos, que não são ruminantes, precisam comer proteína animal de vez em quando (como gafanhotos, cobras e macacos-bebês), para suprir suas necessidades protéicas e de vitaminas do complexo B. Em contrapartida, um ruminante quase não necessita ingerir vitaminas, exceto a A que pode ser produzida através do β-caroteno, adquirido nos pigmentos das plantas e a vitamina D, também adquirida pela ingestão de plantas. As demais vitaminas são todas produzidas pelo próprio organismo ou por seus simbiontes.