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Revolução Inglesa
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No século XVII, a Inglaterra teve dois momentos de forte tensão social. O primeiro, em 1640, foi chamado Revolução Puritana e o segundo, a Revolução Gloriosa, de 1688, que pode ser considerado um complemento do primeiro. Ambos representaram a crise do sistema absolutista de governo e, num último momento, a instalação de um regime parlamentarista. O poder real era, até então, limitado pela Carta Magna, de 1215. Porém, os reis da dinastia Stuart buscaram aumentar seu poder, criando conflitos com o parlamento.No governo de Carlos I (1625-1648), os desentendimentos entre rei e Parlamento se acentuaram, desembocando na Revolução de 1640. A política financeira do rei tentou fazer reviver antigos impostos como o Ship Money, instituído anteriormente em cidades litorâneas para combater a pirataria e estendendo-o então a todo o reino. Ao mesmo tempo, Carlos tentou impor o anglicanismo aos calvinistas escoceses. Estes se rebelaram e invadiram o norte da Inglaterra.
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A revolta dos escoceses tornou necessária a convocação do parlamento em 1640. Mas diante da insistência dos seus membros em limitar os poderes reais, Carlos I tentou dissolvê-lo. Esse confronto desencadeou uma violenta guerra civil, caracterizada como uma verdadeira revolução burguesa. Os “cavaleiros”, partidários do rei, contavam com o apoio dos latifundiários e católicos. Contra eles estavam os “cabeças redondas” (assim chamados porque não usavam perucas), defensores do parlamento, apoiados por burgueses e puritanos e liderados por Oliver Cromwell. Pertencente a uma família de nobres de rígida formação calvinista, Cromwell se destacou como membro da Câmara dos Comuns (órgão do Parlamento inglês). Sob seu comando, o exército obteve importante vitória na batalha final de Naseby (1645). Derrotado, Carlos I se refugiou na Escócia, sendo mais tarde preso e condenado à morte.
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Cromwell
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Após a decapitação do rei, Cromwell proclamou a república (chamada Commonwealth) e passou a ter poderes tão absolutos quanto o de um monarca. Ele governou com rigidez e intolerância e recebeu o título de Lorde Protetor da Inglaterra. Em 1651, Cromwell decretou os Atos de Navegação a fim de enfrentar a concorrência holandesa, proteger os comenciantes e estimular a construção naval. O decreto estabelecia que qualquer mercadorias só poderia entrar na Inglaterra em navios ingleses ou em navios de seus países de origem. O filho de Oliver, Richard Cromwell, assumiu o poder após sua morte. Exerceu um governo pouco firme e acabou deposto em 1659, o que possibilitou a restauração da monarquia Stuart.
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A REVOLUÇÃO GLORIOSA Carlos II subiu ao trono em 1660. Educado na corte de Luís XIV e simpático ao catolicismo, tentou restaurar o absolutismo, dividindo o parlamento em dois partidos: wigs, contra o rei (composto por burgueses e liberais), e tories, defensores da monarquia (conservadores e anglicanos).Depois da morte de Carlos II, seu irmão, Jaime II, subiu ao trono, em 1685, e continuou a política de restauração do absolutismo e do catolicismo, reprimindo os revoltosos e negando-lhes o habeas-corpus. Este direito, adquirido na Magna Carta, estabelecia que ninguém poderia ser preso sem culpa formada. O parlamento, em repúdio ao rei, ofereceu o trono a Guilherme de Orange, protestante, casado com uma das filhas de Jaime II e governante das Províncias Unidas (atual Holanda). Pacificamente, Guilherme foi proclamado rei da Inglaterra, triunfando assim a Revolução Gloriosa, que pode ser entendida como um complemento da Revolução de 1640.
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Guilherme
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Ao assumir o trono como Guilherme III, ele abjurou o Bill of Rights (Declaração de Direitos), pelo qual ele abdicava de tentar submeter o parlamento. Além disso, determinou-se a criação de um exército permanente, a liberdade de imprensa, a proteção à propriedade privada e a liberdade religiosa; estabeleceu-se também que novas taxações deveriam ser aprovadas pelo parlamento. A Revolução Gloriosa representou a derrubada do Estado absoluto e propiciou as condições para a formação de um Estado burguês, cujo governo seria comprometido com os interesses da burguesia, possibilitando um notável desenvolvimento econômico que se efetuou no país durante os anos seguintes.
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