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Absolutismo na Inglaterra
 
 
 
O poder real na Inglaterra começou a se fortalecer no início do século XVI com a dinastia Tudor. Henrique VIII, segundo rei desta dinastia, encontrou condições favoráveis após a Guerra das Duas Rosas, que enfraqueceu a aristocracia. Henrique se impôs à nobreza e decretou o Ato de Supremacia (1534), criando a Igreja Anglicana. Assumindo o posto de chefe da nova Igreja, Henrique confiscou as propriedades pertencentes ao clero católico e reforçou ainda mais sua autoridade e poder econômico.
Sua filha, Elizabeth I (1558-1603), subiu ao trono após a morte de Maria Tudor e impôs definitivamente o anglicanismo como religião oficial. Elizabeth desenvolveu uma política mercantilista agressiva ao estimular a construção naval e a pirataria sobre os impérios coloniais espanhol e português. Conseguiu derrotar a Invencível Armada em 1588, iniciando a supremacia inglesa dos mares.
A Inglaterra teve neste período um notável desenvolvimento econômico. Por volta de 1570, cresceram a indústria da lã e a exploração das minas de carvão, houve a criação de empresas mercantis, como a dos Mercadores Aventureiros e a Companhia Inglesa das Índias Orientais, que dinamizou a expansão comercial.
   
   
  Elizabeth: Em seu reinado, Elizabeth I promoveu um grande desenvolvimento econômico na Inglaterra.  
 
 
 
Sem deixar herdeiros, Elizabeth I encerra a dinastia Tudor. Jaime I (1603-1625), rei da Escócia e parente dos Tudor, sobe ao trono e inicia a dinastia Stuart. Carlos I (1625-1648) sucedeu Jaime I no trono. Em 1628, guerras no exterior obrigaram Carlos a convocar o parlamento, que lhe impôs a Petição dos Direitos. Nela, os membros do parlamento exigiam o controle da política financeira e do exército, além da regularidade na convocação do parlamento. O rei dissolveu o parlamento, que só voltaria a reunir-se em 1640, ano da Revolução.
A partir de então, Carlos I governou sem parlamento, com ajuda de seus assessores. Entre eles, destacaram-se o conde de Strafford e o arcebispo Laud, responsáveis pela repressão aos opositores. O rei adotou medidas que provocaram a oposição de ingleses e escoceses, como a cobrança do Ship Money, imposto caído em desuso, e a imposição do anglicanismo aos escoceses calvinistas. O desenrolar dos acontecimentos daria origem à Revolução Puritana, pela qual Oliver Cromwell estabeleceria a república na Inglaterra.Nesta época, se desenvolveram os cercamentos de terras agrícolas. Estes consistiam na ocupação de terras coletivas e devolutas, transformando-as em propriedades privadas. Uma das conseqüências desta prática foi a expulsão dos pequenos camponeses e a formação de grandes propriedades, muitas dedicadas a criação de ovelhas para a produção da lã, matéria-prima para as rentáveis manufaturas têxteis.
   
   
  Jaime: Jaime I inicia a dinastia Stuart na Inglaterra.  
 
 
 
Muitos nobres passaram a produzir para a comercialização, de forma que grande parte da aristocracia se “aburguesou”, sobrepondo-se ao rei neste no processo. A dinastia Stuart buscou a legitimação do poder real. Para isso, a política religiosa tendeu para o catolicismo, porque essa religião confirmava o direito divino do rei. Parcelas de burgueses passaram a defender os aspectos calvinistas da doutrina anglicana (em última análise, uma mistura de catolicismo e calvinismo) e a questionar o poder real, sofrendo fortes perseguições. Muitos desses burgueses, chamados puritanos, sem opção, dirigiram-se para o Novo Mundo, dando início de fato, à colonização da América inglesa.
Os Puritanos
   
   
  Carlos: Carlos I, filho de Jaime I, subiu ao trono em 1625, governando normalmente até 1640, ano em que se iniciou a Revolução.