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A radioatividade natural
 
 
 
Existem na Natureza alguns elementos químicos que apresentam a capacidade de emitir radiações eletromagnéticas e partículas de seus núcleos instáveis com o objetivo de adquirir estabilidade. Um núcleo instável pode permanecer inalterado por milhares ou até milhões de anos, mas em certo instante acabará emitindo uma partícula e se transformando em um outro elemento químico. Assim, a emissão de partículas faz com que o átomo radioativo de determinado elemento químico se transforme naturalmente num átomo de outro elemento químico diferente e, muitas vezes, estável.
 
 
 
Os núcleos que se desintegram espontaneamente são chamados de núcleos radioativos. É o caso do núcleo do elemento químico rádio 88 ( ), que se transforma num núcleo de radônio 86( ), emitindo uma partícula alfa (átomo de hélio ( )), como indicado ao lado:
   
 
 
 
O processo acima descrito é conhecido como decaimento alfa, já que o núcleo de rádio decaiu emitindo uma partícula alfa.
 
 
 

Já o núcleo do elemento chumbo 210 ( ) se transforma em bismuto 210 ( ), emitindo um elétron:
   
 
 
 

Este processo é conhecido como decaimento beta, uma vez que o núcleo de chumbo decaiu emitindo uma partícula beta, que é um elétron.
Importante: Quando descobriu a Radioatividade, o homem passou a desvendar o núcleo do átomo e a sua divisibilidade pôde ser confirmada. Isto representou um enorme avanço científico. Além da divisibilidade, tornou-se possível transformar um elemento químico em outro, completamente diferente e com novas e úteis propriedades.
Além disso, um fenômeno interessante se verifica com todos os materiais radioativos: a transmutação, que é um processo que ocorre com os materiais radioativos com o passar do tempo, devido ao decaimento espontâneo sofrido por seus núcleos. Devido à transmutação, a quantidade de átomos de um certo material radioativo em função do tempo diminui, esta diminuição sendo representada pela curva de decaimento, que é uma curva do tipo exponencial decrescente. Este tipo de curva apresenta a importante característica de reduzir-se à metade em intervalos de tempo constantes. Tais intervalos são representados por T1/2.
 
 
 

Uma das características dos elementos radiativos é o seu tempo de decaimento. Por exemplo, se tivermos inicialmente 1 grama do elemento rádio, depois do tempo T1/2 teríamos apenas metade, ou seja, 0.5 g. Após outro intervalo T1/2 teríamos apenas 0.25 g e assim por diante, como esquematizado na figura ao lado:
   
   
   
 
 
 
 

O intervalo de tempo T1/2 é chamado meia-vida do material radioativo, tendo um valor específico para cada elemento radioativo. A duração da meia-vida é invariável para um dado elemento, não importa se ele se encontra isolado ou formando compostos com outros elementos químicos, ou se está submetido a diferentes temperaturas e pressões. Por exemplo, para o chumbo encontramos sempre que T1/2 = 22 anos, sendo que para o rádio 226 T1/2 é igual a 1600 anos.