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A camada de ozônio
 
 
 
Entre 12 e 50 km de altitude na atmosfera, o ozônio (O3) forma uma camada rarefeita capaz de filtrar grande parte dos raios ultravioleta (UV) que atingem a Terra. Esses raios são extremamente danosos à vida, pois causam mutações no DNA das células. Na verdade, os raios UV são tão danosos que a expansão da vida na Terra só ocorreu após a formação da camada de ozônio, há pelo menos uns 2 bilhões de anos. Na década de 1970, os cientistas F. S. Rowland, Mario Molina e P. Crutzen demonstraram que o ozônio pode ser destruído pela ação de gases chamados clorofluorcarbonetos (os CFCs), utilizados nos sistemas de refrigeração de geladeiras e aparelhos de ar-condicionado, além de servirem como propelentes em sprays e para expandir plásticos na produção de espumas sintéticas (como o isopor).
 
 
 
Com a divulgação do trabalho dos cientistas, surgiu uma preocupação mundial com a destruição da camada de ozônio e foi iniciado um monitoramento permanente de seu estado.
 
 
 
Nas fotos do globo terrestre obtidas por satélite, a área mais escura corresponde ao buraco na camada de ozônio, localizado sobre a Antártida. Observe que ele parece ter aumentado nas últimas duas décadas, com suas bordas (veja a área amarela) atingindo o sul da América do Sul. Na cidade de Punta Arenas, no sul do Chile, a incidência de radiação UV aumentou quase vinte vezes. No mesmo período, aumentou o número de casos de câncer de pele na localidade e, como se sabe, o aparecimento desse tipo de câncer está ligado à excessiva exposição à radiação UV. O aumento no número de casos de câncer não é o maior problema associado ao buraco na camada de ozônio. As grandes quantidades de UV sobre a Antártida parecem também estar provocando a diminuição do plâncton na região. O que coloca em risco toda a fauna, pois o plâncton é a base da teia alimentar nesse ecossistema. E o que é mais grave, uma alteração desse tipo pode afetar todas as comunidades marinhas do planeta, devido à importância da Antártida como local de reprodução e alimentação de muitas espécies. Devido aos riscos associados aos CFCs, decidiu-se que sua produção deve ser completamente eliminada do planeta até o ano de 2 010. Mesmo assim, é possível que o problema persista por algum tempo ainda, pois estima-se que os CFCs possam permanecer na atmosfera por décadas, antes de serem completamente degradados.