Esse é um dos sonetos mais famosos do poeta parnasiano Alberto de Oliveira. Nas duas primeiras estrofes, o eu-lírico se refere ao passado, à Grécia antiga (Olimpo, poeta de Teos, Anacreonte), enquanto nas duas últimas convida o leitor a admirar a beleza da taça grega. Você poderia se perguntar: que beleza pode haver numa taça, num vaso ou numa estátua? A resposta é simples: a beleza de uma obra de arte – a forma, os detalhes, os relevos, a cor, o material de que é feito. É isso que os parnasianos vão descrever em seus poemas. O amor pela arte vai refletir também na produção poética: a busca da perfeição formal (métrica, rima, soneto, etc.) e vocabular. O Parnasianismo, assim como o Realismo, rejeitava o subjetivismo romântico e pregava a objetividade. Embora os parnasianos fossem contra a emotividade, pregando que o eu lírico deveria manter-se impassível diante da realidade, sem expressar suas emoções, isso nem sempre acontecia. A poesia parnasiana apresentava algumas peculiaridades. |
 |
|
|
|
|
Vaso Grego Esta, de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era poeta de Teos que a suspendia Então e, ora repleta ora esvaziada, A taça amiga aos dedos seus tinia Todas de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a e, do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse. Oliveira, Alberto. In: Alberto de Oliveira – Poesia, Rio de Janeiro, Agir, 1969, p. 22/23. |
|
|
|
|
|