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“Logo após as eleições de março de 1933, Hitler criou um Ministério da Cultura Popular e Propaganda, à frente do qual colocou Goebbels. Num espaço de dezoito meses, este último centralizou e assumiu o controle dos principais meios de comunicação capazes de influenciar a opinião pública: propaganda partidária, rádio, filmes, teatro e música. Nos seis anos que se seguiram, por intermédio da utilização versátil desses instrumentos de comunicação, conseguiu criar um culto do qual o Chanceler Hitler finalmente emergiu como o grande Führer da Alemanha. Três medidas em particular permitiram a Goebbels submeter a imprensa alemã ao controle direto do governo nazista. Em primeiro lugar, fundiu as várias agências noticiosas alemãs num único departamento oficial, o DNB, estabelecendo assim, o monopólio das notícias. Em segundo lugar, a promulgação de uma lei em outubro de 1933, ‘isentava [os jornalistas] de suas responsabilidades’ para com os diretores. Daí por diante os jornalistas alemães passaram a ser diretamente responsáveis perante o Estado. A terceira medida, introduzida no verão de 1933, consistia nas ‘conferências para a imprensa’, que Goebbels concedia diariamente aos editores alemães no Ministério da Propaganda. Essas conferências eram precedidas por outras departamentais, dirigidas por Goebbels, nas quais ele determinava os tópicos e a atitude a serem tomados. Finalmente, nas ‘conferências de imprensa’ os jornalistas eram informados, precisamente, de que linha deveriam adotar em relação a cada questão. Eventuais contradições às diretrizes do Ministério da Propaganda podiam ser submetidos a processos, os quais, com auxílio de um bloco de parágrafos da legislação criminal alemã, culminavam numa acusação de traição.” KOCH, H. W. Goebbels: mestre da propaganda. História do século XIX. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
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