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Curiosidades - O nascimento da egiptologia
 
 
 
Sucessivas vitórias militares deram a Napoleão bastante prestígio entre os franceses. Dentre essas guerras que lhe conferiram notoriedade está a investida contra o Egito.
Napoleão desembarcou em Alexandria no dia primeiro de julho de 1798 para bloquear o contato da Inglaterra com seu império indiano. Porém, sua preocupação não se restringia apenas à conquista militar. Ele queria abrir o Egito aos olhos da razão submetendo-o ao estudo científico. Em sua expedição, levou 166 sábios europeus, entre eles, matemáticos, físicos, geólogos, químicos e até poetas.
Seus sábios foram orientados para que tudo o que fosse encontrado nas areias e nas tumbas do Egito fosse arrolado, estudado e classificado segundo os últimos recursos da ciência européia. A equipe levantou em apenas um ano um enorme material. Napoleão decidiu fundar o Institut d’Égypte em agosto de 1799 com a função de publicar os achados e tudo o mais que lhes dissesse respeito. Foi escolhido como sede o Hassan Cachef, o mais belo palácio do Cairo, que se tornou o berço da moderna egiptologia.
   
   
  Rosetta: A Pedra de Rosetta contém um texto em três línguas diferentes, que foram traduzidas por Campollion em 1822.  
 
 
 
Uma das maiores contribuições da expedição à ciência só se revelou bem mais tarde, em 1799, quando um soldado francês, descobriu uma estranha pedra perto da aldeia de Rosetta. A pedra continha um decreto de Ptolomeu V Epifanes (210-180 a C.) e estava escrito em três línguas: hieróglifo, demótico e grego. Apenas em 1822, Jean-François Champollion conseguiria traduzi-lo. Em 1824, esse filólogo concluiu o seu “Précis du système hieroglyphique des anciens égyptiens”, que tornou-se a chave da revelação de todas as inscrições encontradas em templos, pirâmides e nas tumbas reais do Egito. A expedição de Napoleão, apesar de só ter durado três anos e três meses, foi imensamente frutífera sob o ponto de vista científico.
   
   
  Napoleão: Na figura, Napoleão aparece contemplando uma múmia. (Planície de Guizé, 1798)