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Determinação do sexo
 
 
 
Em muitas espécies, o sexo dos indivíduos pode ser identificado através da análise de seus cromossomos. Isto acontece porque, além de todos os cromossomos presentes em cada indivíduo, machos e fêmeas apresentam pelo menos um cromossomo diferente, que define as diferenças morfológicas e fisiológicas entre os sexos. A espécie humana apresenta o sistema XY, no qual as fêmeas possuem dois cromossomos X (sexo homogamético) e o macho um cromossomo X e um Y (sexo heterogamético). Os cromossomos que definem o sexo de um indivíduo são chamados de cromossomos sexuais e os demais cromossomos são chamados de autossomos.
 
 
 
Só para relembrar, Mendel estudou plantas que tinham flores hermafroditas, ou seja, não havia determinação cromossômica do sexo. Assim, todos os fatores que ele estudou estavam presentes em dose dupla em todos os indivíduos, seja apresentando o genótipo homozigoto dominante, recessivo ou heterozigoto.
   
   
   
 
 
 
Como você pode imaginar, em espécies nas quais a determinação sexual é feita pela composição cromossômica, há genes que devem estar presentes nestes cromossomos, que devem se comportar de maneira diferente em cada um dos sexos. Logo no começo deste século um pesquisador chamado Thomas Morgan estava estudando a mosca das frutas, Drosophila melanogaster, quando encontrou um macho mutante com olhos brancos (uma mutação comum nestas moscas, cujo fenótipo selvagem é vermelho). Na figura abaixo estão mostrados os resultados de um importante experimento realizado pó Morgan com esta mosca:

Em 1911, Morgan concluiu que estes resultados podiam ser explicados se este fator estivesse localizado no cromossomo X destas moscas. Isto funcionaria assim:
O macho de olhos brancos teria, em seu cromossomo X, a mutação que determina esta cor de olhos Xw. (Lembre-se que pelo primeiro cruzamento, F1 mostrou que o fator para olhos vermelhos é dominante. Assim, se os machos possuem apenas um cromossomo X, o alelo recessivo será expresso em seu fenótipo, já que não há uma cópia do fator dominante, diferentemente do que acontece com as fêmeas). Ao cruzar machos de olhos brancos com fêmeas heterozigotas para o fator, Morgan fez com que todas as fêmeas da progênie recebessem Xw de seus pais, assim como todos os machos receberam o Y de seus pais. As fêmeas utilizadas no cruzamento, por sua vez, produziram metade de seus gametas com XW e metade com Xw. Isto explica a proporção encontrada no cruzamento teste.
Analise com cuidado este experimento, refaça os cruzamentos (XW XW x XwY), encontre F1 e tente explicar por que nenhuma fêmea de olhos brancos foi encontrada em F2.
Existem algumas características que são ligadas ao cromossomo Y. Uma delas é a presença de pêlos nas orelhas. Um caráter ligado ao cromossomo Y será passado pelo pai a todos os seus filhos. Além disso, o caráter irá se expressar em todos os portadores. Estes caracteres são chamados de holândricos (holos: todo + andros: homem).
A maioria das plantas produzem flores hermafroditas e portanto não possuem diferenciação cromossômica dos sexos. No entanto, nas flores que possuem sexos separados o sistema pode ser o XY (por exemplo, o espinafre) ou o ZW (morangos selvagens, por exemplo).
 
 
 
Para saber mais sobre este assunto acesse os links:
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