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A base do aprendizado é a ligação de dois diferentes pedaços de informação, percebidos mais ou menos ao mesmo tempo, em um padrão, que é estocado como memória. Por exemplo, quando conhecemos uma pessoa, sua face, postura, voz, nome, cheiro e todas as outras coisas que podemos perceber dela, são ligadas de modo a formar um padrão, que é a memória daquela pessoa. Uma vez que a memória é formada, qualquer destes estímulos pode evocar o resto do padrão, assim como acontece quando ouvimos a voz de um amigo numa gravação. Ela nos permite lembrar por exemplo o rosto e o nome desta pessoa.
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Este é um exemplo de memória de reconhecimento, aquela que podemos recuperar por esforço consciente. Outros exemplos deste tipo de memória são memórias de eventos que ocorreram em um determinado lugar, num determinado momento.
Há também as memórias de hábito (também chamadas de reflexas ou implícitas). As principais memórias de hábito são as memórias motoras (hábitos e habilidades que ficam programadas nos circuitos neurais, como dirigir ou andar de bicicleta). Estes hábitos são adquiridos de maneira lenta e requerem muita repetição (muita prática), ou você já esqueceu quanto tempo levou para aprender a andar de bicicleta?
Durante muitos anos os cientistas tentaram encontrar um centro de memória, destruindo várias partes do cérebro de animais previamente treinados para realizar certas ações. Eles concluíram que a memória não está em lugar algum e está em todos os lugares!
Experimentos recentes forneceram respostas a este paradoxo: a memória é formada à medida que as informações passam ao longo das várias áreas do cérebro. Destruindo qualquer uma destas áreas ou cortando suas conexões, se impede a formação de novas memórias, mas pode deixar as existentes intactas.
Memórias existentes são provavelmente estocadas como sinapses alteradas em seus padrões, envolvendo também redes de neurônios que atravessam várias partes do cérebro. Memórias de reconhecimento aparentemente são estocadas nas áreas de análise dos estímulos sensoriais do córtex cerebral, onde os circuitos formadores da memória se iniciaram (sim, a lembrança do rosto de alguém se deve à memória estocada na parte do seu cérebro destinada a analisar os estímulos visuais). Quando as células destas áreas recebem um estímulo que é parte da memória, elas podem acionar o padrão completo. As memórias de hábito são estocadas em camadas mais profundas do cérebro, sempre envolvendo modificações em vias sensoriais e motoras.
Há três tipos diferentes de memória: imediata, de curta ou longa duração. Quando estamos anotando o que se dá numa aula, utilizamos a primeira, lembrando o que foi dito pelo professor durante tempo suficiente para anotar. Memórias de curta duração podem durar minutos ou horas e é utilizada para coisas como decorar itens para uma prova. Informações que devem ser guardadas por mais tempo devem ser passadas para outras áreas do cérebro, onde permanecerão, muitas delas de forma inconsciente, para o resto da vida.
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